- 18 de Setembro, 2021
- Posted by: Filipa Ferreira
- Categories: Change management, Innovation
Pode-se esperar mais trabalho para os CFO’s caso as conclusões que o estudo de tendências de governance da Russell Reynolds, “2021 Tendências Globais e Regionais em Governance Corporativo”, se confirmarem.
O relatório prevê algumas tendências-chave de governance corporativo global para 2021: risco de mudança climática; maior ênfase na diversidade, equidade e inclusão (DEI); convergência de padrões de relatórios de sustentabilidade; mais foco na gestão do capital humano; e a continuação das reuniões virtuais de conselhos de administração e de acionistas.
“Essas tendências de governance certamente impactarão o papel do CFO e da função financeira para uma função mais ampla”, diz Ken Witt, CPA, CGMA, senior manager da AICPA & CIMA.
Maior divulgação de dados sobre as alterações climáticas
A conclusão no relatório de que os conselhos de administração precisam de encarar com uma maior urgência as mudanças climáticas como um risco financeiro material de longo prazo não é surpresa e, portanto, deve consumir uma fatia maior do tempo dos CFOs. Compromissos abrangentes globais com várias metas – como a do “impacto líquido zero” – significam que os CFO’s devem desempenhar um papel crescente em ajudar a planear reduções estratégicas no impacto climático da empresa e divulgar dados cada vez mais granulares nas comunicações corporativas.
“Costuma-se dizer que risco e oportunidade são as duas faces da mesma moeda”, acrescentou Witt. “Além de desenvolver KPIs para todos os principais riscos e value drivers críticos, o CFO está bem posicionado para identificar oportunidades potenciais que podem envolver revisões na estratégia de uma empresa e mudanças no seu modelo de negócios daqui para frente.”
Fluxos de informação críticos para a DEI
Outra área em que os stakeholders esperam uma maior divulgação por parte da empresa é na área de DEI. O relatório constatou que atualmente há uma maior procura por diversidade racial e étnica em todos os níveis entre os entrevistados e que a diversidade de género continua a ser uma prioridade para as organizações em todo o mundo. A pesquisa também sugere que os investidores irão procurar de uma for a crescente divulgações mais transparentes nesta área nas empresas.
A liderança organizacional precisa de definir o tom quando se trata de diversidade. Os CFO’s podem ser essenciais para garantir que a DEI seja uma prioridade e para medir o sucesso do esforço da empresa nesse sentido.
Finalmente conseguimos chegar à convergência?
Pode, no entanto, haver uma área onde que as coisas estão a ficar mais simples para os CFO’s: a convergência esperada dos padrões dos relatórios de sustentabilidade. Os esforços internacionais contínuos de várias organizações para agilizar os relatórios de sustentabilidade provavelmente levarão a padrões internacionalmente reconhecidos aos quais os conselhos de administração deverão prestar atenção.
Capital Humano
O relatório também descreveu uma expectativa crescente de supervisão do conselho de administração na gestão de capital humano (HCM) e cultura corporativa. Com poucos padrões desenvolvidos, o capital humano e divulgações relacionadas com o capital humano continuam a ser um tema quente. E este relatório refere mesmo que “a procura por divulgações de mais dados de HCM (por exemplo, disparidade salarial de género, incidentes de segurança, rotatividade de funcionários) disparou”.
Os conselhos de administração podem mesmo ser responsabilizados pelos investidores por efetuarem uma divulgação insuficiente sobre o seu capital humano e, como os CFO’s são responsáveis por muitos desses dados, espera-se que eles estejam atentos a estes crescentes requisitos.
Democratizando o investimento: reuniões virtuais
Outra tendência de democratização dos investimentos que o relatório prevê é que os conselhos de administração virtuais e as reuniões de acionistas, exigidas nos últimos tempos pela pandemia do coronavírus, vieram para ficar. Em alguns casos, estas reuniões melhoraram a frequência e o envolvimento. As conclusões do relatório sugerem que esta forma de reunir teve um sucesso variado, com cenas “caóticas” em alguns casos, e alguns casos perdoáveis de ”falta de funcionalidades”. Com a probabilidade de que as reuniões virtuais de acionistas continuem durante uma recuperação global acidentada, os CFO’s podem esperar continuar a gastar mais tempo a preparar pacotes de informação digitais.
23 de julho de 2021 por Felicity Hawksley, uma escritora freelance residente no Reino Unido, para a FM Magazine