Tendências de diversidade, equidade e inclusão que podem impulsionar o desempenho das empresas em 2022

Mão de obra diversificada que é tratada de forma justa e tem oportunidades equitativas de progressão é uma componente crucial para o sucesso organizacional e continuará a sê-lo em 2022.

A diversidade, equidade e inclusão (DEI) em equipas executivas demonstrou melhorar o desempenho financeiro de uma empresa, de acordo com uma pesquisa feita pela McKinsey. Os dados recolhidos por esta empresa de consultoria de mais de 1.000 grandes empresas em 15 países sugerem que as empresas onde as mulheres representavam mais de 30% do executivo superaram as empresas com menos mulheres no executivo na última década em até 48%. As empresas com maior diversidade cultural e étnica superaram as empresas menos diversificadas em até 36%.

A inovação e a resiliência, características que distinguem empresas diversificadas e inclusivas, serão cruciais à medida que a economia global entra no terceiro ano da pandemia. Caso contrário, será difícil provocar uma mudança sistémica no local de trabalho.

Além disso, fatores como a escassez de talento e as interrupções da cadeia de abastecimento que surgiram no último ano moldarão o cenário de DEI em 2022.

Destaque para a equidade

A diversidade e a inclusão são apenas duas partes da equação. A outra parte igualmente importante é a equidade. Alcançar a equidade requer o reconhecimento e o combate ao preconceito consciente e inconsciente contra grupos sub-representados.

A fabricante europeia de roupa desportiva Adidas, por exemplo, comprometeu-se a preencher pelo menos 30% das novas posições dos EUA com grupos sub-representados e tornou obrigatória a formação global em antirracismo e de preconceito inconsciente. As gigantes tecnológicas norte-americanas Microsoft e Intel alocaram metade dos incentivos anuais dos executivos ao alcance com sucesso das métricas de diversidade.

Com os níveis crescentes de transparência exigidos pelas empresas para reportar compensações, diversidade de quadros e outras práticas de gestão dos colaboradores, a equidade no local de trabalho tornou-se cada vez mais importante para os líderes empresariais que desejam levar a cabo iniciativas de DEI.

Trabalho remoto e DEI

Para uma organização que procura aproveitar o poder da diversidade, o trabalho remoto é uma ferramenta valiosa. Por definição, o trabalho remoto é independente da localização. Empregadores e potenciais colaboradores podem estar conectados de formas que de outro modo não seriam possíveis, disse Jennifer Nutter, ACMA, CGMA, gestora global de análise e planeamento financeiro na GAM Investments em Londres.

As empresas já não estão limitadas a procurar candidatos em “pools” de talentos locais, e os candidatos podem encontrar um trabalho que corresponda às suas competências — e não apenas o que está localizado convenientemente.

Contratempos da pandemia

O aumento do trabalho remoto durante a pandemia apresentou vantagens como mais flexibilidade para pais que trabalham e pessoas com deficiência e problemas de saúde. Mas também pode exacerbar desigualdades, como a progressão na carreira das mulheres que, como cuidadoras, foram mais afetadas durante a pandemia. A exigência na flexibilidade pode também resultar em ficarem para trás em relação aos homens e não avançarem nas suas carreiras.  Além disso, não beneficia aqueles que tradicionalmente não podem trabalhar a partir de casa ou não têm acesso às mesmas oportunidades de trabalho.

E se as empresas não trabalharem conscientemente para avançar com os esforços de DEI, os planos de inclusão e diversidade podem estagnar mesmo depois de a crise ter terminado, sugeriu a McKinsey.

Trabalhadores mais jovens querem ver ação

Em 2022, espera-se que cada vez mais profissionais com menos de 35 anos deem prioridade aos valores pessoais quando estão a decidir onde trabalhar. Isto significa que podem evitar empresas sem mão de obra diversificada, e que não aposta em promoções e no compromisso no confronto dos preconceitos.

Contratar um gestor de DEI é um passo na direção certa, mas não é o suficiente. Os jovens profissionais esperam ação e esperam ser ouvidos, de acordo com uma pesquisa feita pela Deloitte de 2018 com mais de 6.000 entrevistados em várias demografias. Aqueles com menos de 35 anos definem a diversidade de forma diferente dos mais velhos; procuram uma pluralidade de experiências, identidades e ideias no local de trabalho.

É fundamental que os líderes empresariais demostrem interesse em questões que atraem os seus colaboradores, envolvendo ativamente os trabalhadores mais jovens, para que possam efetuar uma mudança genuína.

 

Adaptado de: “DEI trends that can boost performance in 2022“, por Sofia Simeonidou, escritora independente sediada na Holanda, publicado em FM magazine em 24 de janeiro de 2022.



Deixe uma resposta