6 passos para os CFOs minimizarem o risco organizacional

Só no ano passado, o mundo dos negócios foi impactado por tensões geopolíticas, interrupção da cadeia de abastecimento, inflação, mudanças nas políticas e regulamentos fiscais e intensificação dos desastres naturais. Uma pandemia prolongada também testou os processos de gestão de riscos das organizações globais.

Para melhor mitigar o risco e garantir que os departamentos críticos continuam a operar no caso de uma interrupção inesperada, os líderes financeiros devem ter como objetivo criar uma robusta gestão de continuidade de negócios, conhecida por business continuity management (BCM), e implementar uma gestão de riscos empresariais, conhecida por enterprise risk management (ERM), enquanto promovem uma cultura habituada a lidar com o risco e fortalecem uma mentalidade de risco em toda a organização.

Os profissionais das áreas contabilística e financeira podem assumir a liderança na gestão de riscos através destes principais passos.

  1. Forme uma estratégia abrangente de gestão de riscos

As interrupções acontecem. É o modo como os negócios resolvem essas situações que é mais relevante para os stakeholders. Um plano sólido de continuidade de negócios permite que as organizações continuem a fornecer produtos e serviços críticos perante um incidente ou uma crise não planeados.

Além de minimizar o impacto de uma crise no seu negócio, os processos de gestão de riscos têm o potencial de oferecer informações valiosas sobre quais as iniciativas que têm maior probabilidade de compensar e quais podem não valer a pena o risco.

  1. Inclua diversos pontos de vista no processo de planeamento

À medida que a sua organização cria ou melhora o seu plano de ERM, certifique-se de que ouve um conjunto diversificado de pontos de vista ao longo do processo de planeamento. Abra linhas de comunicação com todos os principais stakeholders, incluindo clientes, fornecedores, membros da comunidade e colaboradores de todos os níveis. Os representantes de cada função devem ter a oportunidade de participar e expressar as suas ideias e preocupações. Além disso, os profissionais da área financeira devem evitar o uso de terminologia técnica e tornar os números o mais visuais possível para aumentar a compreensão e facilitar a discussão.

Ao selecionar uma ampla rede e solicitar feedback de uma variedade de fontes, consegue diminuir os pontos sem visibilidade e a possibilidade da sua organização ser surpreendida.

  1. Acompanhe os riscos emergentes

A lista de riscos históricos ou emergentes que as organizações enfrentam inclui:

– Digitalização da sociedade e tecnologias emergentes;

– Desconfiança nos negócios;

– Tensões comerciais;

– Desigualdades económicas e sociais;

– Ambiente regulatório em mudança.

Acompanhar a miríade de fatores de risco e avaliar as várias formas como podem afetar a sua organização é uma tarefa árdua. Com a quantidade cada vez maior de dados disponíveis, faz sentido aproveitar a tecnologia para procurar entre o ruído e descobrir informações sobre quais os riscos que têm maior probabilidade de afetar os seus negócios e estimar a probabilidade da sua ocorrência e a probabilidade de ocorrência dos riscos específicos. Para responder rapidamente às crises, é útil perceber quando estão a chegar ou, pelo menos, ter conhecimento no momento da ocorrência.

  1. Não confie apenas nos números

Outros pontos sem visibilidade frequentes de que as organizações são vítimas incluem o enviesamento de confirmação e um excesso de confiança nos números. Pode ser tentador encontrar conforto na clareza que os números trazem e usar esses números para confirmar teorias ou previsões já existentes. No entanto, confiar apenas nos números significa ignorar fatores não mensuráveis, intangíveis, mas muito reais, que contribuem para a situação.

Em vez de apresentar os relatórios de gestão como documentos estáticos e finais, use-os como pontos de partida para discussões multifuncionais e debates produtivos para descobrir possíveis pontos sem visibilidade e concentre-se em fazer perguntas em vez de dar respostas.

  1. Invista na gestão de riscos para obter os maiores retornos

A maioria das organizações tem alguns processos implementados para gerir os riscos, mas algumas podem não estar a investor recursos suficientes no ERM.

Os líderes organizacionais devem pensar na gestão de riscos como uma forma de garantir o sucesso e não como uma distração de outras prioridades. Se a sua organização não tiver processos completos implementados de ERM, o seu próximo passo será envolver os principais stakeholders para criar um plano para os definir e aperfeiçoar. O melhor momento para se preparar para um incidente ou uma crise é durante períodos de relativa calma. Quando um incidente ocorre, já é tarde demais para formar um plano eficaz.

  1. Abra linhas de comunicação entre as funções

Os silos são inimigos da agilidade. Quando ocorre um incidente, cada uma das principais funções precisa de trabalhar em conjunto para abordar a situação com uma frente unificada. Para garantir que os riscos são geridos em toda a empresa, muitas organizações formaram comissões de risco ao nível da gestão compostos por pessoas de cada departamento.

O departamento financeiro é capaz de facilitar a resolução de problemas multifuncionais, através do incentivo ao debate e conversas construtivas em torno de dúvidas. Nem todos os riscos serão revelados em folhas de cálculo, e é por isso que é essencial que os contabilistas na área de gestão levantem consistentemente questões sobre o que não pode ser medido. Ao trabalhar para resolver problemas complexos com outros departamentos, os profissionais da área financeira devem abordar e mediar quaisquer tensões que surjam para desenvolver as melhores soluções para toda a empresa.

Com uma abordagem mais positiva à gestão de riscos, as organizações podem concentrar-se nos riscos que as ajudarão a ter sucesso — não apenas nos que as levarão a falhar. Para criar este tipo de cultura organizacional, as organizações devem garantir que os líderes de risco tenham conhecimento relevante em estratégia, para que saibam quando lidar em vez de simplesmente mitigar o risco.

 

Adaptado de: “6 Steps for CFOs to Minimize Organizational Risk“, por Ashok (Ash) Noah, CPA, CGMA, vice-presidente e diretor geral em contabilidade de gestão da Association of International Certified Professional Accountants (AICPA), publicado em CFO News em 18 de abril de 2023.



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